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Ministério estuda implantar hospital indígena em MT e promete adequar UPAS

O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, disse nesta quinta-feira, 13, que o Ministério vai estudar a possibilidade de implantação de um hospital para atendimento exclusivo de indígenas em Barra do Garças, na divisa de Mato Grosso com Goiás. A proposta foi encaminhada pelo senador Wellington Fagundes (PL-MT), durante reunião da Comissão Especial Mista da Covid-19, em que se tratou, entre outros temas, da situação do atendimento às comunidades indígenas.

Fagundes explicou ao ministro que a cidade de Barra do Garças é a única que dispõe de UTIs para atender aos pacientes graves da Covid. Na região, segundo ele, são cerca de 23 mil índios Xavantes, que, recentemente, enfrentaram forte surto de contaminação – inclusive com mortes de vários índios. Em General Carneiro, mais da metade da população é formada por indígenas. 

Vice-presidente da Frente Parlamentar de Defesa dos Municípios Brasileiros, Wellington informou que há condições adequadas para instalação em caráter definitivo no município de um hospital de campanha. O prefeito de Barra do Garças,  Roberto Farias, conseguiu junto a Federação das Indústrias de Mato Grosso uma área – mais de 30 mil metros quadrados, onde funcionava o antigo clube da entidade, com todas as instalações – à disposição do Ministério da Saúde, em regime de comodato.

Dados da plataforma de monitoramento da situação indígena na pandemia do novo coronavírus, apontaram 34 óbitos entre os Xavantes, além de 426 casos de contaminação. “Além do combate à Covid,  de salvar vidas, centrar o fogo nisso, é preciso pensar nas outras doenças e também em um atendimento melhor aos indígenas” – disse o senador.

Além de estudar a implantação do Hospital Indígena de Barra do Garças, o ministro Eduardo Pazuello também anunciou estudos para readequação das unidades de Pronto Atendimento em Saúde (UPAs) de várias cidades de Mato Grosso. Ao todo, são cinco UPAs que precisam ser colocadas em funcionamento nos municípios de Colniza, Confresa, Lucas do Rio Verde, Pontes e Lacerda e São Félix do Araguaia.

“É só uma questão de burocracia. Em Campo Verde e Juara, já foram feitas essas adequações e estão funcionando muito bem, atendendo a população. Eu sempre digo que uma obra inacabada é o pior, porque é um desperdício de recurso público. Seja inacabada, seja paralisada, não funcionando, quem está perdendo é a população” – acentuou.

BALANÇO DA COVID – Pazuello participou nesta quinta-feira (13) de videoconferência da comissão mista que acompanha as ações de combate à pandemia para detalhar os gastos da pasta no enfrentamento da covid-19, que atinge os brasileiros desde o fim de fevereiro. Até agora, dos quase R$ 42 bilhões em recursos extraordinários destinados exclusivamente para o combate ao novo coronavírus no país, R$ 20 bilhões (48,1%) efetivamente chegaram aos cofres de estados e municípios.