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Relator da Comissão da Covid-19 cobra decisão do Governo sobre produção de vacinas

A Organização Mundial de Saúde (OMS) descartou a possibilidade de ampliar a oferta de vacinas contra a Covid-19 ao Brasil, impossibilitando o avanço no calendário de distribuição, mesmo após ter reconhecido o país como epicentro mundial da pandemia. Diante desse quadro, o relator da Comissão Temporária do Senado, Wellington Fagundes (PL-MT), cobrou do Governo o rápido acolhimento da proposta de conversão do parque industrial de produção de produtos de saúde animal para fabricação de vacinas contra a Covid-19.

A proposta, apresentada pelo senador à Comissão da Covid do Senado e também aos ministros da Saúde, Marcelo Queiroga, e da Agricultura, Tereza Cristina Dias, prevê a implementação de 400 milhões de doses adicionais de vacina ao calendário nacional de imunização, em um prazo de 90 dias. Para isso, pediu que o Comitê Nacional de Enfrentamento à Pandemia trabalhe para remover as últimas dificuldades burocráticas.

Para a próxima quinta-feira, 08, está prevista audiência da Comissão Temporária para tratar da transferência de tecnologia da produção de vacinas. “Espero que, antes dessa reunião, as autoridades se reúnam para trazerem a solução” – sinalizou o senador. Fagundes ressaltou que o próprio Instituto Butantan, que atualmente envasa a maior parte das vacinas disponibilizadas aos brasileiros, anunciou que os contratos já teriam a previsão dessa transferência tecnológica.

Wellington voltou a explicar que as vacinas a serem produzidas pelos três laboratórios listados com nível máximo de biossegurança, vinculados ao Sindicato Nacional de Produtos para Saúde Animal (Sindan), poderiam ser entregues 90 dias após a chegada da semente-mãe.

“A solução está aqui, no Brasil, e nós temos condição de resolver esse problema que é a produção de vacina. Não há outro caminho, já foi provado no mundo: é vacina, vacina e vacina” – ele disse, ao ressaltar que a demora na vacinação tem resultado em hospitais superlotados, “com falta de insumos básicos, como oxigênio”.

Wellington traduziu a angústia da população ao citar a situação de Mato Grosso, que sofre agravamento da crise sanitária. Ele parafraseou o que chamou de ‘apelo dramático’ da Federação dos Dirigentes Lojistas, pedindo que se ache um “caminho alternativo para salvar o Estado”, que já é considerado o epicentro da doença no Brasil. Ele observou que famílias inteiras estão sendo dizimadas. “Somos o maior produtor de alimentos do mundo para exportação, o Estado com a maior riqueza, porque, mesmo com a pandemia, o Mato Grosso tem aumentado a sua arrecadação, mas infelizmente, na vacinação, é uma vergonha hoje a nossa situação” – classificou.

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A Comissão da Covid-19 do Senado ouviu, nesta terça-feira, 6, o secretário especial de Comunicação Social (Secom) do Ministério das Comunicações, Almirante Flávio Rocha. Durante os debates, os senadores cobraram uma campanha nacional urgente, do governo federal, com um discurso unificado que informe a população brasileira sobre a prevenção à Covid-19 e traga incentivo à vacinação no país.

Wellington Fagundes observou ainda que o Brasil está atrasado em relação ao plano de comunicação, e pediu celeridade na elaboração de ações transparentes e esclarecedoras, principalmente as relativas à vacinação. “Todos os dias todo o povo brasileiro é apanhado pela decepção, ao acordar pela manhã. Fica sem saber que dia será o dia dele (da vacinação). Essa informação está desencontrada nos estados, nos municípios. O importante é que o brasileiro quer saber que dia a vacina vai chegar no braço dele. Por isso, nós entendemos que unificar a informação de forma transparente será de grande ajuda nesse momento tão dramático que vivemos” — disse.

O parlamentar sugeriu que a SECOM mobilize profissionais da educação nesta campanha massiva contra a desinformação. O secretário acatou a sugestão e indicou que o Ministério já está trabalhando nesta linha. “Realmente considero que uma campanha de convocação, trazendo a população para a união e a uniformização de procedimentos é urgente. É nisso que estamos trabalhando”, adiantou o almirante.