Senador mato-grossense lembrou que há muito a bancada federal vem lutando para impor uma vigilância mais eficiente na fronteira
O pedido de demissão de Sérgio Moro do Ministério da Justiça, nesta sexta-feira, 24, por divergência com o presidente Jair Bolsonaro, foi recebido com “muita preocupação” pelo senador Wellington Fagundes (PL-MT), líder do Bloco Parlamentar Vanguarda – formado pelo Democratas, PL e PSC. Para além das questões políticas, segundo o senador, Mato Grosso perde um aliado, que vinha trabalhando conjuntamente muitas ações de interesse do Estado.
Em manifestação pelas redes sociais, Fagundes lembrou que – na condição de relator setorial do Orçamento de Justiça e Defesa – foi possível construir com o então ministro “um trabalho que tem dado grandes resultados” em favor da população. Citou como exemplo, as ações que resultaram no combate ao crime organizado na região de fronteira de Mato Grosso com a Bolívia.
No final do ano passado, Moro e Fagundes definiram a implementação do Programa VIGIA no Estado. O programa é uma parceria entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública e Ministério da Defesa que visa a capacitação para policiais federais, civis e militares que atuam nas fronteiras do país. Entre as linhas de atuação do programa estão operações integradas; aquisição de equipamentos; capacitações e bases operacionais com integração de sistemas.
“Estávamos trabalhando no aumento da fiscalização e a repressão contra os crimes transfronteiriços, como contrabando, tráfico de drogas, armas e munições, que é o que mais estamos precisando para vencer a elevada criminalidade em nosso país” – disse o senador.
Wellington Fagundes lembrou que há muito vem lutando para impor uma vigilância mais eficiente na fronteira de Mato Grosso. No nosso estado são mais de 720 quilômetros de divisa seca e mais de 200 quilômetros de divisa por água. “Ou seja, 900 quilômetros de divisa, extremamente vulnerável” – disse o senador.
Em junho do ano passado, a convite de Fagundes, Moro esteve reunido com senadores do Bloco Parlamentar Vanguarda, quando recebeu detalhes da situação de abandono da faixa de fronteira. Da reunião também participou o senador Jayme Campos. Ele destacou que a fronteira do Estado têm sido um caminho aberto para entrada de armas ilegais, e do contrabando, além, do tráfico de drogas – crime que, segundo ele, “tem destruído nossa juventude e as famílias brasileiras”.
Da assessoria
Foto: Cristiano Mariz/VEJA