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“O que o Estado pode fazer para não fazer mal ao cidadão”, questiona senador ao presidente do BC

O senador Wellington Fagundes (PL-MT) questionou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o que “o Brasil pode fazer para não perder oportunidades” e o que “o Estado pode fazer para não fazer tão mal ao cidadão”. As perguntas foram feitas durante audiência pública, nesta terça-feira (25.04), na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal.

Esses questionamentos, lembrou o parlamentar, foram embasados em frases do avô do presidente da Autoridade Monetária, Roberto Campos, que é nascido em Nossa Senhora do Livramento, município vizinho de Cuiabá.

Agência Senado

Senador questiona presidente do Banco Central

O parlamentar quis saber também sobre as ações que o Banco Central tem feito em relação à educação financeira dos cidadãos. Wellington Fagundes demonstrou, ainda, preocupação sobre o crédito consignado para aposentados e questionou sobre microcrédito para ajudar pequenas e médias empresas. “Como o crescimento do mercado de capitais ajuda os pequenos empresários?”, indagou.

Em resposta, Campos Neto comentou sobre a reconstrução das cadeias de produção no mundo e ressaltou que a parte da educação financeira faz parte do microcrédito. “Ao dar crédito para um pequeno empresário em uma comunidade, estamos lidando com educação financeira e isso faz toda diferença nas vidas das pessoas”, explicou.

O presidente do BC mencionou o exemplo do Peru quando indagado sobre a independência da instituição. “O país mudou de presidentes várias vezes, passou por golpes, mas em nenhum momento a taxa de juros descolou da taxa americana”, lembrou. “Isso mostra que o ganho institucional foi importante para a população”, destacou.

Taxa Selic

Convidado a prestar esclarecimento sobre taxa de juros, a Selic, Campos Neto também respondeu a diversas perguntas referentes ao regime de metas; processo de autonomia; inflação no mundo e no Brasil; atividade econômica; política fiscal; mercado de capitais; e agenda inclusiva.

Segundo Campos Neto, entre as causas para os juros altos estão a “baixíssima taxa de recuperação de crédito pelos bancos” (alta inadimplência); “baixa taxa de poupança”; “dívida bruta acima da média”; “percepção de risco”; e “alta proporção de crédito direcionado” (em vez de crédito geral, a partir do mercado de capitais). Campos explicou que para definir a taxa de juros o BC considera a inflação, a capacidade de crescimento do país e as expectativas inflacionárias.

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