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Damares teme genocídio em aldeias Xavantes

Se existir o genocídio que tanto falam lá fora, ele não se dará na Amazônia, mas na região do Araguaia”

A ministra Damares Alves (da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos) teme um genocídio entre os Xavantes caso medidas urgentes não sejam tomadas para conter o avanço da covid-19 nas aldeias a região do Araguaia.

Durante reunião hoje (30.06) com o senador Wellington Fagundes (PL-MT) e o prefeito de Barra do Garças, Roberto Farias, a ministra assumiu o compromisso de atuar junto ao presidente Jair Bolsonaro e ao Comitê Nacional de Articulação das Ações de Enfrentamento ao Coronavírus para definir ações de combate à proliferação dos casos de covid-19 nas aldeias indígenas, especialmente do povo Xavante, na região de Barra do Garças.

“Se existir o genocídio que tanto falam lá fora, ele não se dará na Amazônia, mas na região do Araguaia. Isso porque os Xavantes se deslocam em grupo e acabam se contaminando nas cidades e levando o vírus para as aldeias”, disse a ministra, que adotou uma indígena dessa nação como filha. “Conheço as especificidades dessa etnia”.

Damares vai levar ao presidente Bolsonaro e ao Comitê as sugestões feitas pelo senador e pelo prefeito de implantação de barreiras sanitárias, da criação de um hospital de campanha com 20 leitos e a presença do Exército para evitar o deslocamento dos indígenas.

“Pedi essa interferência pessoal da ministra porque se trata de uma questão humanitária”, disse o senador. Segundo ele, o assunto também foi levado ao Ministério da Saúde, Funai e Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). “Vou falar pessoalmente com o ministro-chefe da Casa Civil, Braga Neto, e o Ministério da Defesa também”, disse.

Na semana passada (24.06), a situação dos indígenas já havia sido relatada pelo senador ao ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, em reunião da Comissão Mista da Covid-19.

Ele ressaltou o papel da bancada federal de Mato Grosso, especialmente da deputada federal Rosaneide (PT-MT), que tem atuado no caso.

Segundo o prefeito de Barra do Garças, Roberto Farias, a situação é dramática já que a cidade é referência para casos de média e alta complexidade e atende a uma população de 400 mil pessoas, incluindo os moradores de alguns municípios de Goiás que fazem divisa com Mato Grosso. Com 98% de ocupação dos leitos de UTI, o sistema de saúde de Barra do Garças está em colapso, agravado pelo alto índice de casos de indígenas contaminados pelo covid-19. “Somente hoje, foram três óbitos de indígenas e temos pelo menos 20 leitos de enfermarias ocupados por casos menos graves”, conta.

Existem pelo menos 22 mil indígenas vivendo na região do Araguaia em aldeias muito próximas às cidades.

Da assessoria