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Em videoconferência com imprensa de MT, Wellington defende que Governo garanta salários

Senador mato-grossense condenou a “politização da pandemia” e cobra “equilíbrio” e “bom senso” de governantes

 “Temos que garantir empregabilidade com o Governo criando condições e subsídios, garantindo os postos de trabalho. Não pode ser a pequena empresa, o dono do site, do comércio, que deve manter esses empregados e amanhã não ter condições de pagar. O Governo vai ter que arcar com isso”. A afirmação foi feita nesta quinta-feira, 26, pelo senador Wellington Fagundes (PL-MT), durante videoconferência, onde concedeu entrevista coletiva para jornalistas de Mato Grosso, por meio de aplicativo, ao falar sobre os efeitos do Coronavírus na economia. Participaram  22 profissionais. 

Líder do Bloco Parlamentar Vanguarda, formado por senadores do Democratas, do PL e do PSC, Wellington voltou a defender a taxação das grandes fortunas como forma de obtenção de recursos para financiamento dos salários dos trabalhadores empregados. Com a tabela do Imposto de Renda sem correção desde 2015, ele enfatizou que hoje quem ganha R$ 3 mil já tem que recolher. “Então, gradativamente, quem tem mais obtenção de fontes paga mais” – frisou. 

Fagundes defendeu novamente que todos os recursos disponíveis “devem ser usados para salvar vidas” e destacou que o Congresso Nacional está alinhado nesse sentido, inclusive garantindo liberdade ao Governo Federal, com a aprovação do Decreto de Estado de Calamidade. Outro exemplo de medida citada com essa destinação diz respeito ao uso de recursos que se encontram ‘inutilizados’ nos fundos de saúde, na ordem de R$ 16 bilhões. 

Por várias vezes durante a conferência de imprensa, Wellington mencionou os  termos “equilíbrio” e “bom senso” para caracterizar as medidas que estão sendo alvo de intensos debates entre o presidente Jair Bolsonaro, os governadores e os prefeitos. Ele enfatizou que os programas do Governo Federal são administrados pelos prefeitos e que por isso há necessidade de uma boa relação. “O mundo está aprendendo com essa pandemia. Então nós, no Brasil, temos uma vantagem por estarmos há algumas semanas na frente” – assinalou, ao destacar que é fundamental que sejam obedecidas as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).

“O ministro [da Saúde, Luiz Henrique Mandetta] começou a definir essa questão das pessoas ficarem em casa. Praticamente paralisar a movimentação das pessoas, principalmente nas cidades. É uma regra diferente no campo, nas áreas de produção. O grande problema é a aglomeração da multidão nos transportes coletivos” – explicou.

Fagundes observou que o isolamento social foi o choque inicial. Ele disse que a preocupação com a economia ocorre nos governos de todo o mundo. No entanto, a recomendação “ainda é fazer home office, teleconferências, etc.  É uma necessidade e um aprendizado que temos nesse momento. Vamos ter que nos adaptar”. 

As mesmas palavras “equilíbrio” e “bom senso” também foram usadas para caracterizar o comportamento do presidente Jair Bolsonaro, diante da crise de saúde pública. Fagundes disse não apoiar um eventual pedido de impeachment do chefe do Executivo. Segundo ele, essa medida é traumática, demorada e com consequências imprevisíveis. “Agora, mais do que nunca, precisamos buscar, através do diálogo, um ponto” – salientou. 

Fagundes também criticou o presidente Bolsonaro por ter ‘desautorizado’ o ministro da Saúde em suas recomendações, ao pedir a flexibilização do isolamento social. Para o senador, a troca do ministério seria “um desastre para o país”. Da mesma forma, condenou Bolsonaro por manusear gestos contra os governadores e reafirmou a importância do equilíbrio. “Em Mato Grosso, estado de produção de alimentos, o governador tem de tomar medidas diferentes. Não serve a mesma para Cuiabá e para o interior” – citou, como exemplo.

“Me mantive em Brasília, como líder do Bloco Vanguarda, e as nossas reuniões têm sido diuturnas. O Congresso precisa ter união. Essa unidade de pensamento. Nós temos que chamar a atenção do presidente da República e de todos os governadores para entenderem que, neste momento, não é hora de vaidade ou pensar em uma campanha eleitoral” – disse, ao condenar a “politização da pandemia” do Coronavírus.

Da Assessoria.