Pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) divulgada nesta quarta-feira (29/11) confirma o impacto das más condições das rodovias na competitividade dos produtos de Mato Grosso que vão para a exportação e ainda indica a necessidade de investimentos de R$ 3,8 bilhões em estradas.
“Mato Grosso é referência nas exportações do país, só no mês de setembro o estado foi responsável por 32% das exportações brasileiras de soja, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária – IMEA e continua sendo o maior exportador de carne bovina também em volume, com o maior rebanho do país”, lembra o senador Wellington Fagundes, presidente da Frente Parlamentar Mista de Logística e Infraestrutura, que esteve no evento de divulgação da pesquisa.
A mesma pesquisa indica que 67,5% das rodovias brasileiras têm sua extensão classificada como regular, ruim ou péssima, enquanto 32,5% foram classificadas como ótimas ou boas. “Os percentuais demonstram uma relativa estabilidade nas condições geral da malha rodoviária brasileira, em comparação com os resultados do ano passado, que apresentavam, respectivamente, 66% e 34% para os mesmos níveis de classificação”, avaliou Vander Costa, presidente da entidade.
Em relação a Mato Grosso, o resultado aponta que 75,9% da malha rodoviária pavimentada avaliada apresenta algum tipo de problema, sendo considerada regular, ruim ou péssima. Apenas 24,1% da malha é considerada ótima ou boa.
Wellington ressaltou para o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB/AL), que para ter competitividade os investimentos são essenciais.
O ministro afirmou que o governo federal investiu, até o mês de setembro, em Mato Grosso, R$ 25 milhões, e que o estado vem se destacando com as concessões por meio do governo. Também reafirmou a parceria com o senador Wellington para melhorar estradas importantes na região. “A concessão da BR 364 está em estudo, na fase final, e a gente acredita que consegue levar a leilão já no ano de 2024. Em Rondonópolis há ainda investimentos a serem feitos”, declarou.
Renan Filho destacou ainda, durante a divulgação da pesquisa, que houve uma solução muito relevante com a parceria do governo do estado, que destravou as obras que estavam paralisadas na BR-163, da capital até a cidade de Sinop. “Agora estamos trabalhando para destravar, com a otimização dos contratos, a duplicação de Sinop até Miritituba, no Pará, para facilitar o escoamento da produção em Mato Grosso, que é o estado que mais cresce em produção no país”, avisou.
O levantamento foi realizado em 5.900 km de rodovias mato-grossenses. Sobre a sinalização, 58,9% da extensão da malha rodoviária da região é considerada regular, ruim ou péssima; 41,1%, ótima ou boa; 5,6% está sem faixa central; e 9,9% não tem faixas laterais. A geometria da via (traçado) tem 71,3% da extensão da malha rodoviária do estado com algum tipo de problema; 28,7% está ótima ou boa; as pistas simples predominam em 92,8%; falta acostamento em 60,1% dos trechos avaliados; e 41,4% dos trechos com curvas perigosas não têm sinalização.
A pesquisa constatou que há sete pontos críticos no estado. As condições do pavimento geram um aumento de custo operacional do transporte, de 30,9%, o que reflete na competitividade do Brasil e no preço dos produtos. O prejuízo gerado por acidentes foi de R$ 494,65 milhões em 2022. No mesmo ano, o governo gastou R$ 69,62 milhões com obras de infraestrutura rodoviária de transporte.
Estima-se que haverá um consumo desnecessário de R$ 71,2 milhões de litros de diesel devido à má qualidade do pavimento da malha rodoviária no estado. Esse desperdício custará R$ 468,47 milhões aos transportadores. Do total de recursos autorizados pelo governo federal, R$ 394,05 milhões em 2023, para a infraestrutura rodoviária, especificamente em Mato Grosso, foram investidos R$ 25,06 milhões do começo do ano até setembro.