Ao citar decreto de calamidade, senador afirmou que o Parlamento desburocratizou processos para que o Governo Federal tenha condições especiais para atuar com agilidade
Atento ao risco de um colapso logístico e socioeconômico no país, por conta das paralisações geradas pelo coronavírus, o senador Wellington Fagundes (PL-MT) voltou a cobrar, do Governo Federal, um programa de suporte aos transportadores, para enfrentamento à pandemia de COVID-19. Segundo ele, a categoria tem “mantido o país funcionando enquanto a população segue em distanciamento necessário”, e há um “risco de caos social” caso medidas rápidas não sejam tomadas.
Para ele, o Governo deve atuar no combate ao coronavírus ao mesmo tempo em que pensa no amanhã, buscando geração de emprego e renda. “O país precisa estar pronto para voltar a crescer”, advertiu. O setor – ele acredita – precisará de linhas de crédito com prazos de carência e juros subsidiados, suspensão dos pagamentos de parcelas de financiamento e diferimento de impostos e contribuições por prazo razoável, após o fim da crise. “Isso tudo dará um tempo hábil para essa recuperação”, completou o parlamentar.
Essas afirmações aconteceram nesta segunda-feira, 27, durante uma mesa redonda virtual realizada pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC & Logística), que contou também com a presença de seu presidente, Francisco Pelucio, e o secretário nacional de transporte terrestre do Ministério da Infraestrutura, Coronel Marcello Costa.
Wellington, que é presidente da Frente Parlamentar de Logística e Infraestrutura, afirma que, com a pandemia, a situação está cada vez mais difícil para obtenção de crédito junto aos bancos, que praticam alíquotas muitas vezes maiores que as de agiotas. “Por isso, entendo que o Governo Federal precisa aproveitar as condições especiais que o Parlamento aprovou, com o decreto de calamidade, para a retomada do crescimento do transporte rodoviário de carga. “Ele tem condições para isso, para ofertar o crédito e adotar medidas que desonerem a folha e estimulem a geração de emprego”, ponderou o senador.
Segundo ele, tais atitudes são fundamentais também por conta da previsão de uma safra recordista neste ano, que precisa ser escoada competitivamente. “Teremos neste ano um recorde de grãos, o que certamente aumentará a demanda por transporte de carga. Além disso, se conseguirmos estimular a criação de emprego e a renda, teremos reflexos positivos no consumo e, consequentemente, no próprio transporte. É um ciclo”, afirmou Fagundes.
O parlamentar também chamou a atenção para a necessidade de colocar a Lei dos Caminhoneiros em prática e destravar as concessões rodoviárias. “O país está cansado de pagar pedágio para trafegar em estradas sem condições. E, ao mesmo tempo, ainda temos problemas muito sérios com roubos de cargas, assassinatos e falta de pontos de apoio. Enfim, precisamos evoluir de todos os lados, mas ao Parlamento e à Frenlogi cabe trabalhar no diálogo com a sociedade e o Governo Federal, e à União cabe criar essas condições favoráveis para o desenvolvimento”, concluiu Fagundes.
Da Assessoria
Foto: Agência CNT Transporte Atual