A cerimônia do Kuarup, ritual tradicional dos povos indígenas do Xingu, em Mato Grosso, passará a ser considerada uma manifestação oficial da cultura nacional. O Projeto de Lei (PL 6.177/2019), aprovado nesta terça-feira (17/12) na Comissão de Educação e Cultura (CE) do Senado Federal, agora segue para sanção presidencial. A proposta, que teve origem na Câmara dos Deputados, recebeu parecer favorável do relator, senador Wellington Fagundes (PL-MT).
O Kuarup, realizado entre agosto e setembro, é um ritual coletivo que reúne diversas etnias do Alto Xingu, no norte de Mato Grosso. A cerimônia representa a despedida dos mortos e a celebração da vida, simbolizando temas universais como o luto, a memória e a transcendência.
Segundo Fagundes, o reconhecimento do Kuarup é um marco na valorização das tradições indígenas e na preservação cultural do Brasil.
“Mais do que um ritual funerário, é um símbolo da resistência cultural dos povos do Xingu e da espiritualidade que os une. A aprovação deste projeto é um passo fundamental para reconhecer a riqueza das tradições indígenas e protegê-las, assegurando que essa celebração milenar continue a inspirar e a fortalecer as futuras gerações”, ressaltou o senador.
Durante a sessão, o parlamentar fez questão de parabenizar a autora do projeto, deputada professora Rosa Neide, pela importante iniciativa. Ele também destacou a presença da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), acompanhada de sua filha Lulu Kamayurá, além da influenciadora indígena Sani Kalapalo, uma jovem ativista e professora de cultura indígena do Xingu. “Sua presença aqui nos motiva ainda mais a trabalhar para manter viva esta cultura”, afirmou Fagundes. Sani, criadora do movimento Indígenas em Ação, é uma referência na luta pela valorização das tradições culturais indígenas, mantendo um blog pessoal e o maior canal indígena no YouTube.
Foto: Ag. Senado
A aprovação do projeto também foi celebrada pela senadora Damares, que ressaltou a importância da data.
“Hoje é um dia histórico. Esta cerimônia é um momento único de despedida, memória e renovação. Que possamos ir ao Xingu em 2025 para conhecer de perto a beleza dessa manifestação cultural tão rica”, concluiu.
