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Wellington Fagundes preside audiência sobre Rodovia Binacional Brasil-Bolívia, no Senado

Foi realizada nesta quarta-feira (11/06), uma audiência pública presidida pelo senador Wellington Fagundes (PL-MT), para discutir a evolução da rodovia binacional Brasil-Bolívia, um projeto que é sonho do setor produtivo, importante para o escoamento da produção do estado de Mato Grosso, e que contou com a participação de representantes do governo, além de lideranças empresariais e regionais.

Entre os participantes, estavam o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, o prefeito de Vila Bela da Santíssima Trindade – MT, André Bringsken, além de Mariana Campos Porto, da Secretaria Nacional de Transportes Rodoviários (SNTR); João Carlos Parkinson de Castro, do Ministério das Relações Exteriores (MRE); Pedro Lacerda, do Comitê Pró-Asfaltamento e Integração Brasil-Bolívia; Edeon Vaz Ferreira, da Federação de Agricultura de Mato Grosso e Miguel Mendes, diretor executivo da Associação dos Transportadores de Cargas de MT.

Fagundes ressaltou que a construção da Binacional não é apenas uma rodovia, mas um verdadeiro corredor de oportunidades e desenvolvimento.

“A estrada revolucionará a logística e o transporte, reduzindo distâncias de até 2 mil km, até os portos do pacífico e principalmente os custos, melhorando a competitividade dos produtos mato-grossenses. Além disso, facilitará o acesso aos mercados internacionais, ampliando exportações e beneficiando produtores com insumos mais baratos. Também gerará empregos e impulsionará o desenvolvimento econômico regional”, ressaltou o senador.

O governador Mauro Mendes ressaltou o exemplo da zona de processamento de Exportação de Cáceres, criada há mais de 40 anos, que poderia ter sido um excelente modelo de industrialização, como a China fez, porém, o PIB industrial brasileiro caiu porque não estabelecemos um modelo competitivo nacional e global. “Encurtar distâncias e integrar é importante. A Bolívia, com seus 11 milhões de consumidores, é um mercado vital para Mato Grosso, o maior produtor agropecuário do mundo. Eles produzem fertilizantes e nós alimentos, criando grandes alternativas de mercado mútuo”, afirmou.

Mendes afirmou que não há dúvidas de quanto este projeto da rodovia é importante e que tudo precisa sair do papel. “Do lado de Mato Grosso, já mandamos contratar o projeto que vai sair de Vila Bela da Santíssima Trindade, com 84 km. Projeto que já está em elaboração. Temos o compromisso de asfaltar os primeiros 40 km. Do outro lado, 150 km, precisaremos de articulação por parte do governo da Bolívia e do governo federal”, Se houver um compromisso do outro lado, nós contratamos imediatamente a obra total e asfaltamos e entregamos nosso trecho, até a fronteira, permitindo esse novo eixo”, declarou o governador.

O prefeito André Bringsken afirmou que a rota de integração é fundamental para o desenvolvimento agrícola e econômico da região. “A Bolívia hoje produz todos os fertilizantes que o Brasil precisa. É o cloro, é o potássio, é a ureia, o sal. Na Bolívia, há montanhas e montanhas de sal e não tem para quem vender. O nosso sal de Mato Grosso, por exemplo, vem de Mossoró, que abastece o Brasil inteiro, supercompetitivo. Quatro mil quilômetros de distância, o sal da Bolívia está a mil e quinhentos quilômetros de Cuiabá, então isso diminui o transporte e faz com que a rota seja extremamente interessante ao Brasil, pois nossos fertilizantes vêm da Rússia, da Alemanha, da África do Sul. Imagina o custo de frete que irá reduzir trazendo os fertilizantes da Bolívia”, pontuou.

A audiência pública foi um passo importante para a viabilização da rodovia binacional, com novas ações previstas para dar continuidade às discussões e promover o avanço do projeto. Um grupo com representantes dos governos do Brasil e da Bolívia será formado para agilizar as demandas do projeto.
“Os desafios ultrapassam apenas a questão do financiamento da pavimentação e incluem questões de segurança jurídica. Já analisamos a criação desse grupo de trabalho entre os dois países para tratar da “equalização legislativa”, assegurou o secretário-executivo do Ministério da Agricultura e Pecuária, Irajá Lacerda.