O Senado Federal eternizou o nome de Marco Antônio de Oliveira Maciel na política nacional. Com isso, o Plenário 2 da Ala Nilo Coelho, conhecido tradicionalmente por acomodar as CPIs, passa a se chamar ‘Sala Senador Marco Maciel’, um dos políticos mais moderado e influente após nossa redemocratização. A solenidade reuniu parlamentares, autoridades estaduais e municipais, além de familiares como a viúva do homenageado, Anna Maria Maciel.
Seria redundância de minha parte dizer o quão importante Marco Maciel foi para seu estado e para nosso país. Além de deputado federal, senador e governador de Pernambuco, ele ocupou por 8 anos a cadeira da Vice-Presidência da República. Posso assegurar que, nos meus 32 anos de mandato parlamentar, poucas vezes encontrei alguém com tamanha compreensão da política brasileira. E não por menos, Marco Maciel teve essa trajetória brilhante e inspiradora na vida pública por 46 anos.
Escutei de Everardo Maciel, primo de Marco Maciel, a citação tão inspiradora de Octavio Mangabeira: “Tive a fortuna ou a desgraça de arremessado, ainda estudante, no campo do que chama a vida pública, passar a pertencer a uma raça amaldiçoada: a dos que fazem da vida pública um ofício, por ela renunciando a tudo mais, por ela penando, mas perseverando”. Vejo muito de Marco Maciel na referida citação. Sempre perseverando e pensando no bem comum, no que a política pode melhorar a vida das pessoas.
Com todos os percalços impostos pela vida pública, Marco Maciel perseverou. Ocupou, com maestria, o cargo de vice-presidente da República. E isso é prova incontestável de sua capacidade na busca pelo entendimento. Entendimento, esse, que se tornou marca de sua personalidade. De uma discrição invejável, ele agia com maestria na articulação de pautas consideradas espinhosas. Não por menos, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso chegou a declarar “não conhecer, no registro na história da política brasileira, um político tão correto, honesto, leal e firme”.
Vale lembrar que por esse perfil tão marcante, com capacidade de diálogo incomparável, Marco Maciel transitava bem em todas as vertentes políticas representadas no Parlamento. Conversava com todos e trabalhava para indicar os pontos comuns de variadas pautas.
Para a família, fica a gratidão por ter compreendido, incentivado e inspirado Marco Maciel a continuar fazendo a boa política. Hoje, com muita propriedade, ouso dizer que, depois de décadas de dedicação à vida pública, ele deixou de ser apenas um homem da família para se tornar um homem do Brasil.
Como senador mato-grossense, tenho orgulho de ter apresentado essa proposição, relatada pelo meu conterrâneo Jayme Campos. Reconhecemos em Marco Maciel um bom exemplo a ser seguido em tempos de radicalismo político. Tenho certeza de que a “Sala Senador Marco Maciel” será um ambiente marcado pelo entendimento e pela busca da convergência nos debates dos grandes temas de interesse da Nação.
Senador Wellington Fagundes