Criada em 2018, nova instituição quer estar perfeitamente inserida na região
A Universidade Federal de Rondonópolis (UFR) começa a discutir estratégias de atuação para atender às expectativas da população da região Sudeste do Estado. Criada em 2018, após desmembramento da Universidade Federal de Mato Grosso, a UFR pretende ser não só um espaço de produção do conhecimento, mas fator de geração de desenvolvimento para toda a região. E para isso, começa a ouvir gestores e especialistas em ensino superior.
Nesta terça-feira (21.07), o convidado foi o professor Simon Schwartzman, sociólogo que presidiu o IBGE e pesquisador de questões de pobreza e política social no Brasil. Em 1985, Schwartzman participou da Comissão Nacional de Reformulação da Educação superior Brasileira. E 2006, coordenou um estudo sobre universidade e desenvolvimento na América Latina.
Convidado pelo senador Wellington Fagundes (PL-MT), que tem participado das discussões sobre a atuação da UFR, Schwartzman lembrou a adoção, pelo ensino superior brasileiro, de modelos americanos na década de 1960, “sem conseguir a mesma eficiência” na formulação de soluções para as demandas regionais. Ele também criticou os altos custos das universidades, a concentração da produção de pesquisas e a rigidez nas gestões universitárias.
Apesar da falta de eficiência do modelo adotado, ele defende que essa deve ser a atuação das universidades: inserir-se nas questões regionais, adequando-se às demandas e elaborando programas estratégicos que possam gerar conhecimento e desenvolvimento.
Ministro do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes, participou das discussões e apontou a necessidade das universidades em desenvolver projetos de governança, que contribuam para melhorar a gestão pública.
A discussão também levou em consideração a importância da autonomia das universidades – resultado de anos de luta, como reforçou o jornalista Eduardo Ramos, e a necessidade de participação de toda a sociedade na elaboração de projetos e de estratégias de atuação da instituição de ensino superior.
“Queremos uma universidade inovadora, que possa contribuir para toda a sociedade não apenas com a formação de mão-de-obra, mas na geração de novas tecnologias e projetos de desenvolvimento”, disse o senador Wellington Fagundes.
Também participaram das discussões representantes da sociedade civil e gestores da universidade.
A definição da atuação da UFR inclui novas rodadas de discussão.
Da assessoria