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Na pauta dos 30 anos, Wellington defende vacinação em massa, auxílio e reformas

Ao longo desta semana – de um diferente período de carnaval – o senador Wellington Fagundes, do Partido Liberal, foi um dos políticos mais festejados. No dia 1° de fevereiro alcançou a marca dos 30 anos de vida pública, ininterrupta, como representante do Estado no Congresso Nacional. Recebeu homenagens da Câmara de Vereadores de Rondonópolis, sua cidade natal, e da Câmara de Cuiabá.

Outros legislativos também já agendaram sessões para deliberar a outorga de títulos em reconhecimento ao seu trabalho parlamentar. Em sucessivos pronunciamentos sobre o feito alcançado e também em entrevistas, Fagundes tem enfatizado sua alegria:

– Sou um homem realizado e feliz, mas sei da minha responsabilidade, que é maior a cada dia – diz, acrescentando: “Eu sempre tenho dito que o voto é a confiança no político e a melhor forma de retribuir é o trabalho”.

Municipalista convicto, o mais longevo parlamentar do Estado vê sua candidatura à reeleição, no ano que vem, como “um processo natural”, mas prefere tratar a vacinação em massa como a prioridade deste ano. Na pauta dos 30 anos, Fagundes também elege como prioridade imediata a volta do auxílio emergencial para atender os vulneráveis e a apreciação das reformas do Estado.

 

Sou um homem realizado e feliz, mas sei da minha responsabilidade, que é maior a cada dia”

 

Governo na Pandemia

O Brasil perdeu um pouco de tempo, é verdade. O coronavírus começou na China, chegou à Europa, aos Estados Unidos e depois veio ao Brasil. Perdemos tempo para nos preparar melhor com as discussões políticas e partidária, como entre o presidente da República e o Governo de São Paulo. Mas antes tarde do que nunca. Conseguimos ir aprendendo, trabalhando principalmente para proteger os mais vulneráveis enquanto não temos a vacina e vamos buscar trabalhar para que todo o brasileiro tenha direito a ter a vacina o mais rápido possível. O ministro prometeu que até julho 50% da população estará imunizada. Até o final do ano, 100%. Então, vamos cobrar que isso aconteça.

Auxílio emergencial

Vamos votar as matérias para que o Governo Federal tenha condições de combater essa pandemia e proteger os mais vulneráveis. Temos 30 milhões de desempregados e não temos o que comemorar . Um país como o Brasil não pode deixar seus desempregados abandonados. A pandemia, realmente, prejudicou muito as empresas brasileiras e o desemprego aumentou demais. As pessoas na economia informal não têm nem como abrir um pequeno negócio. Eu entendo que o Governo tem que encontrar a saída para essa crise e vamos discutir muito. Precisamos encontrar a solução. Vamos agora votar o Orçamento e a prioridade será voltada a cuidar das pessoas mais vulneráveis e encontrar uma solução.

Atraso na vacinação

Há realmente um grande atraso, mas felizmente temos perspectivas. O Instituto Butantã e outros organismos já estão anunciando que dentro de 60 a 90 o Brasil poderá fazer a vacina com todos os seus insumos fabricados aqui. Essa é mais uma esperança. Como os países mais ricos já estão sendo abastecidos pela vacina, eu acredito que logo tudo deve se normalizar na oferta do produto. O Congresso já liberou 20 bilhões de reais para as aquisições e isso é fundamental. Temos que buscar essa vacina. A ordem é vacinar, vacinar e vacinar. E temos que encontrar a vacina onde estiver ao custo que tiver de forma que chegue a todos os brasileiros o mais rápido possível. Porque temos uma vantagem: somos um dos países mais estruturados em campanha de vacinação. Temos experiência e estrutura, gente, pessoas capacitadas, agentes de saúde, muitos profissionais preparados. Tendo a vacina vamos fazer a imunização.

Troca de ministro

O Brasil perdeu tempo na discussão política. Agora está se falando até em trocar ministro da Saúde. Já trocamos vários e penso que isso prejudicou bastante. Portanto, isso não é o ideal. Momento é de dialogar. Não podemos deixar a população sofrer. Essa disputa partidária entre Bolsonaro e Dória prejudicou, é claro. Mas temos que cobrar e vamos continuar fazendo: cobrar do Governo as ações.

30 anos de vida pública

Só tenho que agradecer a Deus e a população mato-grossense. Eu sempre tenho dito que voto é confiança no político e a melhor forma de retribuir é com muito trabalho. Sou um homem realizado e feliz, mas sei da minha responsabilidade. A cada dia desses 30 anos procurei trabalhar para ajudar o Estado em todas as áreas. Sou municipalista convicto, porque as pessoas vivem nos municípios e temos que ajudar, na parceria, a resolver os problemas da população, seja na saúde, na educação, nas estradas. Portanto, na experiência desses anos todos, tenho procurado trabalhar em parceria com todos e fazer com que Mato Grosso possa receber mais recursos, como o projeto da Lei Kandir. São mais de 6,5 bilhões acordados para serem pagos ao Estado. Temos ainda repactuação de dívidas, royalties do petróleo, enfim. Mato Grosso é grande, mas população pequena e precisa de recursos em todas as áreas. Não dá para o parlamentar ficar fazendo discurso. Tem que lutar para ajudar no desenvolvimento do Estado.

Mulheres na Política

Eu gosto de política. Desde criança ia aos palanques, ver os políticos falando. Aquele tempo era muito machista, porque eram só homens. Felizmente, a coisa foi evoluindo e hoje temos a participação da mulher, com as vagas asseguradas para disputar as eleições. E quero informar que estou discutindo formas para apresentar um projeto de lei para garantir que 30% das vagas no Legislativo sejam reservadas às mulheres.

Candidatura 2022

Natural uma candidatura à reeleição. Temos discutido com o partido, com os companheiros, prefeitos e vereadores. Na vida não se descarta nada (sobre candidatura ao Governo). Não somos produto da nossa própria vontade. Tem que ver a conjuntura estadual e vamos ouvir a todos. Decisão vai ser no ano que vem e até lá temos que trabalhar muito para resolver o problema, especialmente os que envolvem a pandemia porque o foco é salvar vidas. Não sou um homem de briga, sou um homem de luta. Briga não leva a nada, discussões estéreis não é o que o povo quer. O povo quer trabalho e realização.

Longevidade na política

Eu sou um homem que procuro ouvir a todos, fazer a agregação. Procuro estar presente nas bases a todos os instantes para ouvir o que o povo tem a dizer. Isso, inclusive, me deu um dos maiores e melhores projetos que mais me orgulho. Lembro que na minha primeira eleição, um garimpeiro que conhecia meu pai disse que votaria em mim, mas me pediu que olhasse para os idosos. E aí apresentei um projeto criando a Política Nacional do Idoso, que apensado a vários outros projetos, se criou o Estatuto do Idoso e a Lei Orgânica da Assistência Social, cuja família seja carente independentemente da idade, recebem um salário mínimo do Estado brasileiro. São programas como esse, a luta no dia a dia, arrumar uma estrada, melhorar uma creche, um hospital, um posto de saúde… essa tem sido a minha luta.

Obras essenciais

Os 30 anos como parlamentar me deram a oportunidade de conhecer Mato Grosso como um todo, palmo a palmo. Isso permite que a gente possa lutar mais em todas as áreas. Desde a construção de uma escola, um posto de saúde, tudo é muito importante. Como o caso do Hospital e Pronto Socorro de Cuiabá, que conseguimos junto com Blairo Maggi, conseguindo mais de 100 milhões. Imaginemos o que seria se não tivesse hospital nessas condições da pandemia? Tem ainda o Hospital Universitário, que trabalhamos muito para conseguir e ficou mais de 100 milhões parados na conta do Estado por mais de 8 anos. População precisando de atendimento e o dinheiro parado.

Infraestrutura e logística

Falei do hospital, mas também me orgulho do trabalho árduo pela duplicação dessa rodovia que liga Cuiabá a Rondonópolis, indo até o Sul na divisa com Mato Grosso do Sul, faltando poucos detalhes para concluir. Era o trecho que mais morria pessoas por acidentes e hoje está toda duplicada. Veja: são obras que ajudam a salvar vidas e desenvolver nosso Mato Grosso. Eu sou presidente da Frente Parlamentar de Logística e Infraestrutura, a Frenlogi. E aqui em Mato Grosso existe uma ferrovia que foi um sonho, a Ferrovia Vicente Vuolo, que sonhou, trabalhou e trouxe a primeira etapa. Mas queremos que ela avance, venha a Cuiabá e vá para o Norte do Estado. O senador Jayme Campos está coordenando os trabalhos. A chegada da ferrovia em Cuiabá é imprescindível. A dona da ferrovia, que detém a concessão, está com os recursos prontos.

Força aos Municípios

Eu sou vice-presidente da Frente Parlamentar de Defesa dos Municípios Brasileiros e a todo tempo estamos trabalhando com os municípios, com os prefeitos, com os vereadores, na Marcha dos Prefeitos procurando aumentar os recursos. Há 10 anos, os municípios recebiam 14% do bolo tributário, e temos procurado corrigir, aumentando essa participação para 15, 16 e agora está em 19%. Queremos chegar a 22% com o novo Pacto Federativo. A luta do parlamentar representando Mato Grosso em Brasília é isso: constante, no dia a dia, além claro de votar projetos importantes como os que aprovamos.

Cicatriz aberta

A gente discute muito essa cicatriz aberta no centro de Cuiabá e Várzea Grande, que é o VLT. Não se pode ficar essa discussão ‘ad eternum’ de BRTxVLT. É preciso concluir. Minha opinião é que deve-se concluir o VLT porque é uma obra inacabada. É uma obra inacabada, é um prejuízo. Já foram gastos mais de R$ 1 bilhão. E o VLT é um sistema moderno, perene, mais duradouro e de conforto. Mas tem que ter uma decisão. O Governador Mauro foi eleito para tomar a decisão. Eu penso sempre que o melhor é o diálogo. Essa obra começou errado porque não se ouvir a Prefeitura de Cuiabá, a Câmara Municipal de Cuiabá, a Prefeitura de Várzea Grande, os vereadores. Foi uma decisão do Governo. Espero que todos sentem à mesa, dialoguem e busquem o melhor caminho. Como parlamentar federal, como senador, já fui ao Ministério, cobrei do Governo Federal, tem recursos para serem liberados para o Governo do Estado e se precisar vamos lutar por mais recursos para essa obra.

Pantanal em chamas

Havia previsão de seca, mas infelizmente no Brasil não temos a tradição do planejamento, fazer as coisas com antecedência. Como diz o ditado: brasileiro só protege a casa quando ela foi arrombada. Foi a maior queimada nos últimos 50 anos. E eu fui presidente da Comissão Temporária Especial do Senado, criada para acompanhar e também pressionar tanto o Governo Estadual como o Governo Federal para as providências. Fizemos um trabalho forte, com participação ampla. Ao final, produzimos um relatório mostrando os caminhos. Apresentamos ainda o Estatuto do Pantanal, que é um conjunto visando harmonizar a legislação e os cuidados com o bioma. O Pantanal é um patrimônio da humanidade. Nós precisamos desenvolver nosso país e nosso estado, mas claro, também, preservar aquilo que é importante para a sobrevivência das futuras gerações. Todavia, isso tem que ser feito com sustentabilidade porque lá existe a vida humana junto com a vida animal. Já garantimos os recursos para construir em Mimoso o Centro Tecnológico do Bioma Pantanal, para estudar permanente as formas de preservação.